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LGPD e email marketing: melhores práticas

LGPD e email marketing: melhores práticas

A LGPD está mais presente na sua vida do que você imagina. Quantos emails de remetentes desconhecidos você recebe por dia? Já pensou em como essas empresas tiveram acesso ao seu endereço eletrônico?

Todas as mensagens que chegam até a sua caixa de entrada sem a sua permissão se configuram em spam, e o emissor desses emails está sujeito às penalidades previstas na lei.

É aí que entra a Lei Geral de Proteção de DadosLGPD — que pune as empresas que vazam, fazem mau uso ou que se beneficiam dos dados pessoais do usuário de internet.

A Autoridade Nacional de Proteção de DadosANDP — é o órgão que garante o cumprimento da LGPD nas empresas, que por sua vez, devem informar o que vão fazer com os dados das pessoas, onde vão guardá-los e o que pretendem fazer com eles.

Sabe aqueles avisos de cookies que surgem quando estamos navegando em um site? É exatamente isso. 

É melhor prevenir

As companhias concluíram que é melhor andar em conformidade com a LGPD, pois nos casos de infração, a ANDP pode aplicar multa de até 2% do faturamento da empresa. 

E não é só isso. Agora, a Proteção de Dados é um direito fundamental do cidadão brasileiro. 

O tema, que faz parte do Artigo 5º da Constituição desde fevereiro de 2022, elevou-se ao mesmo escalão dos Direitos Fundamentais, que são aqueles que protegem o Princípio da Dignidade Humana. 

Só para ter uma ideia, Vida, Educação e Liberdade são alguns dos Direitos Fundamentais mais conhecidos. 

Empresas que utilizam email marketing em compliance com a legislação conquistam boa reputação junto à opinião pública, consumidores e, claro, provedores de email. 

Vale destacar que ter crédito com os provedores de email é crucial para que as mensagens sejam entregues na caixa de entrada dos destinatários.

E como para o email marketing reputação é tudo, reunimos aqui todas as práticas que você precisa saber para adequar suas campanhas à LGPD. 

Leia com atenção as recomendações abaixo e aplique no seu email marketing!

LGPD no email: por onde começar

O endereço de email é um dado pessoal utilizado na internet e isso é o que caracteriza sua relação com a LGPD.

O usuário que recebe mensagens sem consentimento está tendo seus dados pessoais violados, concorda?

Quem trabalha com email marketing de qualquer natureza precisa colher a permissão dos destinatários por meio de uma das opções abaixo:

  • Opt-in: é a permissão prévia concedida pelo destinatário, autorizando o envio de emails de um remetente. Esse método é aplicado uma única vez, sem confirmação.
  • Double opt-in: como o próprio nome diz, é uma dupla confirmação. O destinatário recebe um email de confirmação e só está disponível para receber as mensagens após clicar no link. 

Inclua a opção de descadastro

É importante lembrar que, além de ser um item obrigatório para o cumprimento da legislação, a opção de descadastro (Opt-out) deve ser bem visível e de fácil acesso.

Caso contrário, o usuário pode criar antipatia pela sua marca ao demorar para encontrar o botão de cancelamento. Esse aborrecimento pode levar ao botão de “isto é spam”. Por isso, é melhor incluir o descadastro do que ser excluído pelo destinatário!

Construa uma lista de emails orgânica

Quando alguém permite que você envie seus emails, significa que essa pessoa está interessada no que você tem a dizer.

Este é o primeiro passo para a construção de uma lista de emails orgânica, composta por leads promissores.

E criar uma lista com emails de pessoas que realmente existem é o melhor modo de caminhar em conformidade com a LGPD. 

Construir uma base de outra forma representa riscos de infringir a legislação, pois, se a lista for criada por terceiros, a procedência dos endereços fica questionável. 

Repare que uma coisa puxa outra. Primeiro, os contatos permitem que você envie mensagens (opt-in ou double opt-in).

A partir daí, você constrói sua base de forma orgânica, com emails verídicos. Quem segue esses passos já começa bem.

Em se tratando de email marketing, a qualidade de uma lista de emails sempre fala mais alto que a quantidade de contatos inseridos nela. 

De nada adianta ter uma base extensa, se a maioria dos destinatários não está interessada na sua comunicação. Consequentemente, sua taxa de abertura será baixa. E, acima de tudo, uma lista não orgânica representa um grande risco à sua credibilidade.

LGPD nos formulários de inscrição  

Tudo começa com a coleta dos dados pessoais das pessoas. E os formulários de inscrição são as ferramentas para que essa ação seja realizada.

Vamos lembrar que a LGPD aborda o tratamento das informações particulares dos usuários de internet. Essas informações se subdividem em dois tipos:

  • Dados pessoais: são todas as informações que identificam uma pessoa, como nome, telefone, email, RG etc. 
  • Dados sensíveis: são todas as informações vinculadas à intimidade de um indivíduo: convicções religiosas e políticas, opções sexuais, dados genéticos, entre outros.

A LGPD protege tanto os dados pessoais quanto os sensíveis, estes últimos ainda mais, por representarem a privacidade das pessoas em maior grau.

Geralmente, os dados pessoais fazem parte dos campos de preenchimento obrigatório dos formulários (nome e email, por exemplo). 

Porém, com relação aos dados sensíveis, é preciso que o usuário esteja ciente que o formulário está colhendo essas informações. E o consumidor decide se preenche ou não estes dados.

Por isso, ao criar seu formulário de cadastro, deixe a opção “preenchimento obrigatório” desmarcada nos campos de dados sensíveis.

Finalidade da inscrição

O consumidor está se inscrevendo no seu formulário para receber uma newsletter? Ou para participar de um evento; baixar um ebook? Outros propósitos? Seja qual for a finalidade da inscrição, ela deve estar transparente no cabeçalho do formulário.

O usuário deve saber com clareza o porquê de estar inserindo seus dados.

Declaração de Privacidade

A Declaração de Privacidade é muito importante para esclarecer o método que você utiliza para o tratamento de dados. Este documento deve conter as seguintes informações:

  • Qual é o objetivo da coleta dos dados.
  • Os dados colhidos serão compartilhados com terceiros? Se sim, especificar os nomes de quem vai receber os dados.
  • Os dados vão ficar armazenados por quanto tempo? 
  • Insira um contato para o usuário acessar em caso de dúvidas.

É importante destacar que quanto mais transparente você for, mais credibilidade você vai conquistar. E confiança é o pré-requisito mais importante para o compliance com a LGPD.

Para não ter problemas com a LGPD, siga estes passos

1. Não utilize práticas incorretas para geração de listas de email: o harvesting, dictionary attack e outras técnicas empregada por bots coletam emails em diversos fóruns, blogs e sites para criar listas que representam verdadeiras ameaças aos remetentes.  

Contratar serviços dessa natureza significa poluir sua reputação tanto com a LGPD quanto com os provedores de email, que classificarão você como spammer. 

Isso sem falar no seu IP, que fica desqualificado internacionalmente por causa da inclusão nas blacklists.

Resumindo, jamais compre ou troque listas de emails. Os prejuízos são muitos e as penalidades são duras.

2. Seja transparente: tenha esse objetivo como uma obrigação. A LGPD deixa bem claro que a transparência na utilização e emprego dos dados do usuário é responsabilidade do agente da comunicação.

Dessa forma, o emissor dos emails e formulários de cadastro devem obter o consentimento dos usuários, bem como deixar visível a Declaração de Privacidade e avisos legais pertinentes. 

3. Trabalhe com parceiros certificados: o compliance com a LGPD exige a apresentação de certificações profissionais ISO 27701 e ISO 27001, dedicadas aos profissionais que trabalham com informações confidenciais no ambiente de TI.

Conclusão

O compliance com a LGPD significa adequação com as estratégias contemporâneas de marketing digital, visto que construir uma relação transparente com o lead é um dos princípios cruciais do Inbound.

Embora cada empresa tenha uma necessidade diferente, é fundamental que todas respeitem a transparência e a ética na coleta dos dados dos usuários. 

Uma comunicação eficiente caminha em conformidade com a proteção de dados, e a adaptação das empresas à LGPD é fundamental para o progresso da sociedade na era digital.